quarta-feira, 7 de março de 2012

Noite de lua cheia

Eram 11.30h da noite. Na rua o vento soprava calmamente e o céu estava limpo. Ela segurava na mão uma chávena de café quente enquanto observava os carros que paravam no sinal minuto sim, minuto não. Levantou-se da cadeira pintada de verde de madeira que em tempos pertencera à sua avó e olhou para o céu. A lua estava mais cheia que nunca e quase parecia tocar no chão. Para ela a lua carregava todos os segredos do mundo. De repente suscitou-lhe uma enorme vontade de lhe ligar. Precisava de partilhar com ele a sensação incrível que sentia naquele momento ao olhar para a lua. Pegou no telemóvel e marcou o seu número.
Eram 11.30h da noite. Ele estava a fumar um cigarro na varanda enquanto observava a lua cheia que, no meio das luzes da cidade, decorava o céu preto da noite. Hoje sentia-se cansado, não fisicamente mas por ter passado todo o dia a pensar nela. Queria ter pensado noutras coisas até porque o mundo , e até a sua própria vida, tinha problemas maiores que a sua paixão não correspondida mas era incrível a maneira como ela não lhe saía do pensamento. Pensou em ligar-lhe e dizer-lhe para que olhasse para o céu. Pegou no telemóvel e ao marcar os primeiros dígitos apagou-os de imediato, pousando o telemóvel na sua mesa-de-cabeceira ‘certamente ela não vai querer saber disto para nada e vai achar-me ridículo e demasiado romântico’ - pensou ele.
A noite caía e não houve chamadas perdidas ou recebidas em nenhum dos telemóveis. Nessa noite ambos adormeceram a pensar um no outro e enquanto ele tinha a certeza que ela adormecia a pensar noutro rapaz, ela não o tirou do pensamento.


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